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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Acusação chega a fórum e diz que quer pena máxima para Gil Rugai


Os advogados de acusação do caso Gil Rugai chegaram ao Fórum Criminal da Barra Funda por volta das 9h desta segunda-feira (18). O ex-seminarista, de 29 anos, é acusado de matar o pai e a madrasta na casa onde moravam em Perdizes, zona oeste de São Paulo.
O promotor de Justiça Rogério Zagallo disse que vai atrás da pena máxima para Rugai, que é de 30 anos para cada crime.
Para o assistente de acusação Ubirajara Mangini K. Pereira, não há dúvidas de que foi Rugai quem matou o pai. Para ele, o desvio As investigações apontaram que ele teria dado um desfalque de R$ 228 mil na empresa do pai, a Referência Filmes, falsificando a assinatura do publicitário em cheques da firma. Poucos dias antes do assassinato, ele foi expulso de casa.
Gil Rugai teria sido proibido pelo pai de acessar a empresa. Além disso, o publicitário nomeou sua mulher, Alessandra de Fátima Troitino, 33 anos, diretora financeira da empresa.
— A vingança não está provada na processo, mas houve um sentimento de repulsa, revolta e medo de ser preso [por parte de Gil].

A acusação vai levar seis testemunhas ao julgamento: o vigia da rua onde o casal morava, um delegado, dois peritos do IC (Instituto de criminalística) e um amigo do pai.
Segundo Pereira, o amigo do pai, que é aviador, vai reafirmar no tribunal que o pai de Rugai estava com muito medo do filho e que, por isso, teria mandado trocar as fechaduras da casa.
Outra prova forte da acusação, segundo ele, é a marca de pé que ficou na porta arrombada pelo assassino na noite do crime.
— Uma prova irrefutável é o chute na porta. A perícia prova que a marca que ficou lá é o pé dele. Foi ele quem deu o chute. E a lesão que ele tinha no pé é compatível com isso.
Pouco antes do Carnaval, os atuais defensores de Rugai incluíram no processo comprovantes telefônicos que supostamente mostrariam que Gil Rugai estava em seu escritório, a 4,5 km do endereço do crime na hora em que o pai e a madrasta foram baleados. Para o promotor Zagallo, a medida foi "antiética". 
— A atitude de protocolar 1.800 paginas novas e dez vídeos [às vésperas do julgamento] foi antiética.
Relembre o caso
O publicitário Luiz Carlos Rugai, 40 anos, e sua mulher, Alessandra de Fátima Troitino, 33 anos, foram assassinados a tiros dentro da casa onde moravam em Perdizes, zona oeste de São Paulo no dia 28 de março de 2004.

Alessandra foi baleada cinco vezes na porta da cozinha, segundo laudo da perícia. Luiz Carlos teria tentado se proteger na sala de TV. A pessoa que entrou no imóvel naquela noite arrombou a porta do cômodo com os pés e disparou quatro vezes contra o publicitário.
O comportamento aparentemente frio de Gil Rugai, na época com 20 anos, ao ver o pai e a madrasta mortos chamou a atenção da polícia, que passou a suspeitar dele.
Os peritos concluíram que a marca encontrada na porta arrombada era compatível com o sapato de Rugai, que, ao ser submetido pela Justiça a radiografias e ressonância magnética, teria apresentado lesão no pé direito.
Na mesma semana do duplo homicídio, os policiais encontram no quarto do rapaz, um certificado de curso de tiro e um cartucho 380 deflagrado, o mesmo calibre da arma usada no assassinato do casal.
As investigações apontaram ainda que ele teria dado um desfalque de R$ 228 mil na empresa do pai, a Referência Filmes, falsificando a assinatura do publicitário em cheques da firma. Poucos dias antes do assassinato, ele foi expulso de casa.
Um ano e três meses após o duplo homicídio, uma pistola foi encontrada no poço de armazenamento de água de chuva do prédio onde o rapaz tinha escritório, na zona sul. Segundo a perícia, seria a mesma arma de onde partiram os tiros que atingiram as vítimas.
Rugai responde pelo crime em liberdade e será julgado por duplo homicídio qualificado por motivo torpe e por estelionato, em razão dos desfalques dados na produtora do pai.

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