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sábado, 20 de abril de 2013

Após 22 horas de caçada, polícia prende segundo suspeito de atentado em Boston


A polícia de Boston prendeu na noite desta sexta-feira (19) o segundo suspeito de ter cometido o atentado durante a Maratona de Boston, que deixou três mortos e mais de 180 feridos na segunda-feira (15).
A prisão encerra uma caçada de 22 horas que paralisou a região metropolitana de Boston, cuja população passou grande parte do dia sem poder sair de casa.
A operação ocorreu em Watertown, a oeste de Boston, onde mais de 9.000 policiais vasculharam as ruas durante todo o dia para capturar o jovem de origem tchetchena Dzhokhar Tsarnaev, de 19 anos.
Seu irmão mais velho, Tamerlan, também considerado suspeito pelas explosões de segunda-feira, morreu no início da megaoperação, nas primeiras horas de hoje.
A prisão foi confirmada pelo Departamento de Polícia de Boston, que não deu mais detalhes sobre a operação.
No entanto, TVs e sites norte-americanos relataram que o jovem se feriu na ação e foi encaminhado a um hospital. Segundo o jornal Boston Globe, o jovem está ferido mas consciente.
A operação
A ação final que prendeu o segundo suspeito começou após uma série de disparos na rua Franklin Street, por volta das 19h (hora local, 20h em Brasília).
Em seguida, um grande número de policiais se dirigiu ao local onde o suspeito estava cercado. Helicópteros sobrevoaram a área em torno da casa na Fanklin Street, número 63.
O jovem estava escondido em uma lancha no jardim de uma casa de Watertown, segundo a imprensa local.
A mãe dos dois tchetchenos suspeitos de explodir as bombas durante a Maratona de Boston disse nesta sexta-feira (19) que seus filhos são inocentes e que estão em uma armadilha.
“É impossível, é impossível que ambos tenham feito uma coisa dessas. Eu estou realmente, realmente contando para vocês que isso é uma armação”, declarou Zubeidat Tsarnaev em entrevista telefônica transmitida pela rede de TV CNN.
Segundo ela, o FBI (polícia federal americana) acompanhou "por três ou cinco anos" os passos de Tamerlan, o filho mais velho, morto durante emboscada na madrugada de hoje.
— Tamerlan realmente se envolveu com religão, religião política, cinco anos atrás. Mas ele nunca me disse que seria um jihadista.
Antes de a mãe dos garotos comentar a caçada em Boston, o pais dos jovens, que vive no Daguestão, também afirmou que seus filhos estão em "uma armadilha".
A tia dos jovens tchetchenos, que mora em Toronto, no Canadá, também questionou a ação dos policiais e pediu ao FBI provas do envolvimento dos jovens no atentado de segunda-feira (15).
Já o tio dos jovens, Ruslan Tsarni, que mora nos Estados Unidos, declarou que Tamerlan defendia ideias extremistas e disse que os jovens são uma vergonha para a família e para a Tchetchênia.
Tchetchênia
Os dois jovens, identificados pelo FBI entre milhares de imagens e vídeos registrados no local das duas explosões no final da Maratona de Boston, são de origem tchetchena e seguem a religião islâmica.
A família teria escapado da Tchetchênia nos anos 1990 em função do sangrento conflito nesta república russa do Cáucaso.
Segundo declarações de seu tio Ruslan Tsarni, os irmãos cresceram no Quirguistão. Antes de chegar aos Estados Unidos, eles também teriam vivido no Cazaquistão.
Os dois irmãos suspeitos das explosões em Boston passaram parte da vida em regiões marcadas por movimentos separatistas e conflitos bélicos.
A Tchetchênia e o Daguestão são repúblicas administrativas que fazem parte da federação russa, o mesmo caso da Ossétia do Norte, todas localizadas na região do Cáucaso.
A Tchetchênia é uma região conhecida por seu movimento separatista, que luta pela independência total da Rússia desde 1991, após o desmantelamento da União Soviética.
A república rebelde já travou duas guerras com a Rússia. A primeira, entre 1994 e 1996, e a segunda entre 1999 e 2000.
Além disso, terroristas de origem tchetchena perpetraram graves atentados em território russo, como os ataques suicidas contra o metrô de Moscou (março de 2010) e o aeroporto de Domodedovo (janeiro de 2011), nos quais morreram 40 e 37 pessoas, respectivamente.
Diferente da Tchetchênia e do Daguestão, o Quirguistão, onde os jovens também viveram, é uma república independente da Rússia desde 1991.

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