O empresário Elissandro Spohr, um dos sócios da boate Kiss, está sedado e algemado na cama da clínica onde está internado em Cruz Alta, no Rio Grande do Sul. Elissandro foi internado no Hospital Santa Lúcia por ter inalado fumaça enquanto tentava sair da boate na madrugada de domingo (27).
Em relação à suposta participação de
laranjas como donos da boate, Marques afirmou que os proprietários são Spohr, sua mãe e irmã. Mauro Hoffmann estaria comprando 50% da participação na sociedade. O advogado foi enfático ao afirmar que não existem laranjas e que a sociedade está legalmente constituída.
Incêndio
O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, a 290 km de Porto Alegre, aconteceu na madrugada de domingo (27) e deixou mais de 230 mortos e mais de cem feridos. O fogo teria começado quando a banda Gurizada Fandangueira se apresentava. Segundo testemunhas, durante o show foi utilizado um sinalizador — uma espécie de fogo de artifício chamado "sputnik" — que, ao ser lançado, atingiu a espuma do isolamento acústico, no teto da boate. As chamas se alastraram em poucos minutos.
Ao entrar na boate Kiss, para socorrer as
vítimas do incêndio, os integrantes da corporação se depararam com uma barreira de corpos.
O comandante-geral do Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul, coronel Guido Pedroso de Melo, descreveu a situação.
— Os soldados tiveram que abrir caminho no meio dos corpos para tentar chegar às pessoas que ainda estavam agonizando.
Esta é considerada a segunda maior tragédia do País depois do incêndio do Grande Circo Americano, em Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro. Em 17 de dezembro de 1961, o circo pegou fogo durante uma apresentação e deixou 503 mortos.